O que significa morrer?

Tenho um porrilhão de DVDs que colecionei ao longo dos anos. Todos estão devidamente encaixotados, afinal, não tenho mais casa no Brasil e ainda não consegui um jeito de enviar os disquinhos para LA, mas, mesmo assim, novas aquisições continuam acontecendo. Ontem comprei O Ilusionista, com Edward Norton, a que assisti anteontem com a Lu na HBO – acho. Não tinha visto o filme e gostei demais da conta da história. E comigo é assim: gostei, comprei! Virei fã do Eisenheim!

Entretanto, devo dizer que não sou de assistir muito a extras dos “filmes” que compro. Tirando boxes ou sonhos de consumo – Guerra nas Estrelas ou Band of Brothers, por exemplo –, costumo ver o filme, zapear os extras, mas nunca assisto. Esse caso me surpreendeu! Começa pela caixa bem-feita e com a idéia – que embora eu não goste, mas funciona – de envolver o ilusionista máximo do Brasil, o japa Issao Imamura nos extras. O mais surpreendente, porém, é o fato de um disco tão legal ser produção da “pequenina” Focus e não de alguma das companhias poderosas que não criam nada no Brasil (por obrigação de apenas traduzir e dublar, quando muito, os discos importados).

O Ilusionista vai além do básico “comentários do diretor e elenco” numa faixa de áudio que acompanha o filme, e aposta em seu elenco e várias opiniões sobre o assunto. A grande sacada aqui foi inserir as entrevistas do lançamento para a imprensa – exatamente aquelas que eu faço em Los Angeles – e mesclar com material de bastidores para ter uma bela seleção de bate-papos com atores, consultores e realizadores. O elenco principal está lá – Jessica Biel dando uma de inteligente e Paul Giamatti meio assustador e com cara de quem acordou na marra – assim como um bando de “zés-ninguém”, quando se fala em gente famosa, mas todos ajudam a entender melhor todo aquele mundo dos mágicos. E sem precisar da ajuda do Mister M ou do David Copperfield!

Para ninguém reclamar, o disco vem em versões Full e Widescreen e os extras estão divididos entre os dois lados do DVD, o que é um pouco incômodo, mas não é um grande problema tendo em vista ser um disco mais “democrático”, digamos. Outra característica do DVD é a produção local. O El Cid faz a produção de vários extras para fãs nos animês da PlayArte e aqui a Focus resolveu tirar o escorpião do bolso e chamar o Issao. Ele comenta o filme, fala de sua carreira e de alguns truques realizados no filme. Aliás, sabiam que TODOS os truques vistos no filme foram efetivamente realizados em cena? Justamente para dar a idéia de realismo a um show de ilusionismo e não apenas um monte de efeitos especiais. Entretanto, talvez seja nesse trecho o único “problema” desse disco. Durante a entrevista, ele fica o tempo todo olhando para o entrevistador – ou seria o teleprompter com o texto dele? Sei não… – em vez de olhar para a câmera. O objetivo pode ter sido passar uma idéia de observador onipresente, mas, quando um espectador assiste a uma entrevista desse tipo, quer é ver o sujeito olhando diretamente para ele.

Gostei da autoração e dos menus internos. A navegação é bem simples, mas a legenda dá umas escorregadas gritantes. Renatinha, “countrymen” é compatriota, não camponês! 🙂
Bão, recomendo só pelo filme, que é supreendente e MUITO BOM! Os extras são ótimo valor agregado. Como Edward Norton diz, na entrevista do disco, não me lembro do último filme bom sobre mágicos a que assisti antes desse. E, claro, tem a Jessica Biel! :-p

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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17 Comments

  1. Esse filme é excelente mesmo. Vale a pena.
    Não sei o contexto, mas countrymen pode significar ambos.

  2. Esse filme é muito bom!!!!
    e a Jessica Biel é muuuuuito gata!!!!

    Oi Bá!!!!

  3. Tudo bem Barretão?
    Gostei muito deste filme, mas perdeu o encanto depois que assisti a O Grande Truque.
    Eu me senti muito enganado com aquelas cenas de “Efeito Especial” tratadas como mágica. Se nos extras mostrarem que aquilo realmente aconteceu em cena, retiro o que disse.

  4. @Fernando Duartch

    Tanto O Grande Truque quanto O Ilusionista são ótimos filmes, que infelizmente são comparados pelo fato de serem filmes de época, e sobre mágicos.

    Acho que O Ilusionista é muito mais uma história de amor, e O Grande Truque uma história sobre a obsessão e até que ponto o ser humano pode “viver uma mentira”.

    Dois filmes excelentes. E nem menciono o fato nerd que tanto O Ilusionista quanto O Grande Truque são estrelados por super-heróis(Hulk, Wolverine e Batman).=D

  5. Não gostei. Meio previsível. Além disso, o filme não convence na explicação das ilusões.

    O Grande Truque sim, é um filmaço.

  6. Pior q é verdade… ter visto o Grande Truque antes de O Ilusionista fez o filme perder muito do encanto. Eu desvendei tds as coisas ao longo do filme!Foi como se o GT tivesse me deixado mais cética… Mas ainda assim valeu muito a pena, ambos são filmes muito bons, só q tiveram a infelicidade de estrear muito próximos…

  7. concordo com o Oda. O Grande Truque nos permitiu ver o embate de wolverine contra Batman.

    @Barretão

    Você não assistiu ao Grande Truque, conteporâneo deste? Muito bom também.
    Sobre os truques serem reais, aquele da planta crescendo em segundos é efeito especial não?

  8. Tambem não gostei deste O Ilusionista. Na época em que estava nos cinemas (juntamente com O Grande Truque), todo mundo via e estava falando maravilhas. Por circunstancias do acaso acabei indo ver apenas O Grande Truque, que achei ESPETACULAR. Tempos depois aluguei O Ilusionista e achei uma droga! hehehehe

    Sei que a comparação com o Grande Truque nem deveria ser feita, mas foi inevitavel. Junte-se a isso todas as maravilhas que ouvi sobre o filme e o resultado foi que vi, não gostei, não recomendo e não pretendo ver de novo.

  9. Cara, depois de ver o DVD de Highlander descobri o que são erros de verdade na tradução… Pelamordedeus! É pior que fansub!

  10. Notável! Basta pensar um pouco fora do óbvio para entender que, no tempo em que o filme se passa, aquelas ilusões eram, deveras, fenomenais (claro, truques e projeções em telas ou espelhos). Mas, para a época, extraordinariamente inimagináveis. Pessoal, pensem um pouco, escrevam depois. 😉

  11. Adorei o filme.
    Pegamos sem querer para assistir na HBO e realmente adorei.
    Independente de o Grande Truque ser melhor no que tange aos efeitos, o Ilusionista mostra várias coisas diferenciadas. Eu achei o filme muito bem feito e não é previsível não.
    Alias, alguém nos comentários falou bem… O Grande Truque é filme de mágica, enquanto O Ilusionista é um romance.. e dos bons.
    Beijos
    Lu

  12. olha minha ex namorada aí. eu amo esse filme

  13. Sem dúvida, “O Grande Truque” dá um show n’O Ilusionista.

    Nota 10 para o mágico chinês. 🙂

  14. BOA, Barretão! Me deixou com vontade de ver esse filme. Aliás, muito interessante a sua análise dos extras do DVD… você poderia começar a fazer isso com mais freqüência! É um nicho pouco explorado atualmente… vai que suas resenhas acabam parando nas contra-capas dos discos? =D

  15. É interessante como muita gente prefere o Grande Truque, do que este filme.
    Na maioria das vezes, apenas pelo fato dos atores serem “Wolverine” e “Batman”.

    Sou fã do Edward, desde quando vi “As duas faces de um crime”. A como vi desde este filme, ele está cada vez melhor em seus papéis, até mesmo no fraco “A Cartada Final”. Ou uma comedia como “Morra Smoochy Morra”.

    Neste filme ele eleva seu nivel de interpretação, comparando-se a grandes astros da historia de Hollywood.

    Ja ouvi ha muito tempo que ele seria o novo James Dean (sem a morte, é claro). Bem.. ele ja está para o novo Marlon Brando.
    Otimo em qualquer papel que faz!

    Vamos esperar agora para ver Hulk, e vislumbrar do que Norton é capaz com um Heroi de quadrinhos, tanto na interpretação quanto na historia (pois ele também mexeu no roteiro).

    Abraços

  16. O filme é uma grande história de amor, resolvida num passe de mágica. E que mágicas? Naqueles tempos do começo do século 20, as mágicas apresentadas (projeções e espelhos) ao público eram impressionantes e marcavam a alma do povo. Sofri com a intensa dor dos personagens, sofri com a “falsa morte” da amada, sofri com a perseguição ao mágico. Talvez, por isso, entendam “Maria das Dores”.

  17. […] Biel me encantou em O Ilusionista pela combinação beleza e atuação. Antes, era apenas a beldade do filme. Dali para frente, […]

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