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Sem sucesso no Congresso, medida que tentava prorrogar o fim das transmissões analógicas define o novo momento da TV norte-americana.

Há anos os americanos vêm se preparando para um grande passo tecnológico em termos de transmissão televisiva. Com a franca expansão dos aparelhos de alta definição e a entrada das operadoras na era digital, faltava um último golpe: a transição final para o sinal digital. A data marcada é 17 de fevereiro, quando todos os canais de TV serão obrigados por lei a desligar seus transmissores analógicos – em operação desde a invenção da televisão.

Entretanto, há quem se oponha à interrupção da transmissão, uma vez que milhões de lares ainda não estão prontos para receber o sinal digital. O processo vai acontecer da seguinte maneira: todos os televisores que recebem sinais via antena deverão ser aposentados ou ganhar um receptor digital que custa cerca de US$ 40,00. Quem não cumprir uma dessas duas demandas ficará sem ver televisão.

Embora a TV a cabo seja bastante difundida nos Estados Unidos, muita gente mantém aparelhos bem antigos em funcionamento e vivem com a grade canais abertos. Afinal, Jerry Springler e os programas de Juízes com casos bizarros ainda são bastante populares por aqui. Uma extensa campanha publicitária, informativos nos jornais e matérias nos programas de TV foi realizada para mostrar a importância desse momento ao pessoal, mas, provando que deixar as coisas para a última hora não é um privilégio de brasileiros, milhões de residências ainda funcionam na base da boa e velha antena, que agora só vai servir pra pendurar cacarecos.

Nessa semana, uma tentativa de prorrogar o desligamento do sistema analógico para 12 de junho foi vetada no Congresso e, pelo jeito, dia 17 de fevereiro decreta a morte a TV analógica aqui na terra do Tio Sam. Tudo isso acontece num momento muito interessante, pois, com o SuperBowl acontecendo em 2 dias, e as promoções absurdas envolvendo aparelhos de alta resolução (claro que nenhum deles tem garantia até a Copa de 2014, mas é a vida) a “inevitabilidade” da transição tem aumentado as vendas.

Aliás, essa idéia de forçar a barra na venda de novos televisores perto do SuperBowl é bem interessante. Tem gente dando US$ 400,00 de desconto em aparelhos de 42’ e a galera compra alucinadamente. Bom, quem não compraria? Especialmente pelo fato de uma mega tela dessas custar menos da metade do preço do que custa no Brasil. Bem que o pessoal daí podia gostar da idéia e começar a fazer promoção perto da Copa, não? Já que o Campeonato Brasileiro não tem mais final, é a única coisa que nos resta.

Enfim, é o início da Era 100% Digital nos Estados Unidos. Ponto positivo para a economia no momento de crise, já que tudo mundo precisa gastar um pouco mais e aquecer os mercados, além de forçar as operadoras a cabo a ampliar suas ofertas em termo de programação HD, e negativo para os desempregados, que precisarão fazer uma decisão difícil: ficar sem TV ou gastar cerca de US$ 40,00 para continuar curtindo a telinho. O que você escolheria?

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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