5 horas de filmagem sem descanso, 7 gigabytes de imagens, dois sanduíches e meia banana depois, Distress está filmado. It’s in the can!

Começo a compreender melhor o conceito de Progressão Geométrica desde as filmagens de Distress, que aconteceram há pouco mais de uma semana. Acostumado com o processo jornalístico que, embora maluco e ilógico, termina quando a matéria está entregue e as dúvidas esclarecidas, acreditava piamente num período de alegria suprema e um pouco de calmaria tão logo as filmagens estivessem concluídas. Que tolinho! A doideira só aumentou desde então, e muito!

Antes de mais nada, as 5 pessoas que lêem o SOSCollege devem querer saber sobre Distress, então vou contar rapidinho como foram as filmagens (tenho 15m, até que um arquivo fiquei pronto no Vimeo e eu despenque de sono, afinal, são quase 4 da manhã e eu tô velho!). Vamos lá:
Se eu tiver que escolher uma palavra para resumir a coisa toda, bem, tem uma perfeita para a ocasião: intensa! Depois de pegar a Claire Falconer e chegar na locação meio atrasado, começamos efetivamente a filmar às 10:30. Foi a última vez que olhei no relógio. Quando resolvi perguntar as horas para a equipe, afinal, a locação tinha prazo de validade – às 15h, o fiscal do parque me chutaria para fora sem dó! – alguém disse “meio dia e qualquer coisa”. Sério, o tempo voou! E o retardado aqui também.

Não é nada fácil ser diretor, produtor, continuista, first AD e ainda pensar na edição para não esquecer de filmar nada. Basicamente, fiquei de pé das 10h até as 17h, quando encerramos tudo efetivamente, retirando equipamento e limpando a área. Meu corpo disse não, mas tenho quase certeza que consegui engolir dois sanduíches em algum momento. Há rumores da existência de meia banana no cardápio, mas não lembro de onde ela veio e comi tão rápido que passou batida.

Sendo um pouco técnico, foi uma filmagem, bem, não técnica. Por ter usado a Nikon P100, que é um zero à esquerda para filmagens profissionais, não tinha muito o que arrumar em termos de foco, angulo e tal. Fiz uma coisa chamada “point and shoot”, ou “aponta e filma”. Claro, com todo cuidado possível e sempre considerando o resultado final, mas foi sem viadagem. Outro dia participei de uma filmagem na qual os caras levaram 1h20 – SÉRIO – para configurar a Canon 5D, definir a cena, ensaiar e só então gravar alguma coisa. Tá vendo? Não sou tão doente quanto pareço! Tem gente pior!

Enfim, pude fazer isso por ter tomado a decisão mais acertada da minha vida e ir filmar em locação, mesmo com ameaça de chuva. O Sol estava tão lindo e a copa das árvores filtrou tudo, logo, tive a melhor iluminação possível sem precisar fazer nada. Teria ficado melhor se tivesse uma equipe para isso? Claro! Massss, o orçamento já estava alto suficiente e como filmei no mato, literalmente, precisaria de gerador e isso não é coisa de filme pequeno. Caro demais.

A Claire ficou maravilhosa no vestido dela e meu elenco deu um show. Iniciantes e experientes. Foram escolhas muito felizes. Olha eu, falando que nem os malas que entrevisto “todo mundo foi maravilhoso, foi um prazer, lalala”. Mas foi mesmo, dei uma sorte absurda e todo mundo segurou a barra. Na noite anterior eu estava meio preocupado com isso, mas não falei para ninguém. Vai que dá azar. hehe.

Foi cansativo e intenso, como disse, não parei um segundo e quando peguei o jeito da coisa, era uma cena atrás da outra. Não foi o melhor cinegrafista do muito. Errei um bocado e a câmera, ah a câmera, sacaneou de todas as maneiras possíveis. Ela tinha certa tara pelas folhas e mato no fundo, enquanto fazia de tudo para que atores ficassem embassados. Raiva eterna!

Devo dizer, ver os atores andando pelo set com os figurinos que lutei tanto para conseguir, tudo se encaixando, pessoas felizes por estarem ali – mesmo com a chatice que é quando você não tem cenas, por exemplo – e dando um gás danado foi inspirador. Sensação de trabalho realizado, mesmo antes de ver o resultado final. Bem, já era um resultado. O fato de as filmagens estarem acontecendo do jeito que eu planejei era, em si, um resultado. Não lembro se foi o Cameron ou o JJ Abrams que me disse: “boa pré-produção resulta numa boa filmagem”. É a necessidade de estar preparado. E isso eu estava.

Foi ótimo. Fiquei extremamente feliz e, posso não ser diretor no futuro, mas produzir é comigo mesmo! Ainda mais quando existe dinheiro envolvido. Aliás, isso é uma coisa que concluí de forma definitiva: cinema é uma mídia cujo investimento é obrigatório. Há uma série de criações gratuitas, ou de custo quase zero, no entretenimento. No cinema isso não existe. É por isso que saem as “merdas na tela”, o cara acha que juntar 3 amigos dá um filme bom e se quebra. Seja pela qualidade técnica ou pelo em torno do que você precisa para fazer um bom trabalho, tem que colocar a mão no bolso, nem que seja só para comprar comida para o seu elenco. Pronto, gastou! Investiu.

O upload acabou e vou dormir, mas alguns recadinhos antes:
Minha querida esposa, Lu Costa, resolveu começar a editar e fez o copião de Distress em 4 horas! Fiquei besta e orgulhoso ao extremo. Copião = juntar as cenas em sequência e cortar as claquetes e coisas desnecessárias. Para quem nunca mexeu no programa, fazer tudo aquilo em tão pouco tempo foi memorável!

Há rumores de que um hotsite está em andamento. Vamos ver se sai. Por isso não publiquei fotos e a ficha técnica ainda. Até sexta isso se resolve!

O filme fica pronto, invariavelmente, em 14 de abril, famosa quinta-feira que vem, entonces, vocês vão vê-lo muito em breve. Vou bolar uma “premiére online”, com vários sites envolvidos, um chate a alguns sorteios para a galera.

E, por fim, já comecei a escrever o próximo filme! Mas isso é assunto para a semana que vem!

*Sim, eu não estou mostrando cenas das filmagens de propósito. :p
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Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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7 Comments

  1. maravilha!
    To só na espera!

  2. Show de bola.
    Estamos no aguardo para conferir.

    Enquanto isso, me assustei com seu comentário sobre a 5D.
    Isso pq vamos começar, aqui em Ctba, as filmagens de nosso longa completamente sem recursos (Somente boa vontade da galera) e iremos usar uma 5D que conseguimos, espero que não tenhamos muito problema.
    http://drugstorestory.blogspot.com/

    =)
    Abraços Barretão, sucesso!

  3. Ai, que vontade de estar aí com você na hora das filmagens…

    Estou no aguardo da premiere e, de antemão, parabenizo você e sua equipe pelo trabalho que tenho certeza, foi muito bem feito.

    Beijos

    Si

  4. Parabéns!! Ainda bem que deu tudo certo. É muito legal ver a evolução do projeto assim.

    Toda a força do mundo agora para as finalizações.

    Abraço.

  5. […] Leia mais: [Distress] Impressões do Set | SOS Hollywood – Entretenimento com … […]

  6. Primeiramente, não acho que sejam apenas 5 pessoas que leem o SOS College. Eu leio atrasado, mas leio 😛

    E espero ansiosamente a estreia de Distress!!

  7. show! tinha visto o curta há um tempão, mas só agora notei a “saga” da produção. eu sou super amador de cinema, até comprei uma canon 60D para tentar produzir algo, vamos ver o que sai da cachola. parabéns, boa sorte!

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