Audiobooks: redescobrindo a literatura!

Parou de ler por ficar muito tempo travado no trânsito? Seus problemas acabaram! Compre um audiobook e redescubra a literatura!

Há alguns meses, fiquei doente e não podia enxergar por aproximadamente oito dias. Bateu aquele desespero, ficar sozinho em casa, sem poder ler, ver TV ou jogar videogame. O que fazer para matar o tempo? Ouvir música era a única opção e foi nessa que meu iTunes jogou o áudio de uma entrevista que fiz e bateu a ideia: audiobook! Nunca fui fã da coisa e não havia testado o sistema. Era a oportunidade perfeita. Usei o pouco da visão que funcionava e resolvi testar o “mês gratuito” oferecido pelo Audible, o sistema de audibooks da Amazon. No primeiro mês, você ganha um livro! Faltava pouco para o lançamento de “O Oceano no Fim do Caminho”, de Neil Gaiman. Fiz o pedido e esperei. Dois dias depois, quando acordei, no dia 18 de junho, o arquivo já estava baixado no celular e prontinho para ser escutado.

Foi incrível!

Escrever é sempre uma experiência solitária e ler acaba sendo mais ainda, pois você fica maluco para debater, tirar dúvidas, testar teorias e nunca há alguém no mesmo ponto que você. O audiobook mudou essa perspectiva, pois agora havia mais alguém ali. Alguém lendo uma história, compartilhando aqueles momentos comigo. Por mais piegas que fosse, naquela fase, sem enxergar direito, aquela voz me fez companhia por seis dias. Havia alguém cuidando de mim (eu sei, cafona, mas preciso ser sincero aqui!). Nesse caso, felizmente, a voz era do próprio Neil Gaiman, que gravou a narração.

Sempre fui curioso para saber como alguns nomes eram ditos na forma original, como alguns personagens falavam e o tipo de tom de suas vozes. Claro, sempre inventei minhas próprias versões, mas poder ouvir a ideia original do autor foi fantástico. Gaiman sempre lê de uma forma bem pausada e eloquente. Houve um tempo na minha vida em que tive medo de falar com britânicos por conta do sotaque (até hoje tenho pesadelos com a entrevista com Jeremy Bulloch, que acabou saindo por fax!). Já superei isso há tempos e só tirei a limpo ao escutar “O Oceano no Fim do Caminho”.


Os arquivos são MP3 simples, organizados em capítulos e, ao usar o app do Audible, você pode fazer buscas, criar marca páginas e continuar no ponto em que parou. Por ser um download, não há interrupção na audição e você pode ouvir em qualquer lugar. Para quem escuta podcast, é uma experiência semelhante. A diferença é que não vai existir nenhum caster metido a engraçadinho tentando parecer engraçadão a cada 5 minutos!

O sistema do Audible funciona assim: se você assinar, a cada mês vai receber 1 crédito, que equivale a 1 livro. Membros têm descontos em livros adicionais. Uma vez adquirido, o arquivo fica à sua disposição nos servidores por tempo indeterminado, o que é bom, já que é sempre possível baixar novamente. Algumas das características interessantes são os próprios autores lendo alguns títulos, ou algumas vozes famosas. Por exemplo, comprei “Jogador Número 1” com narração de Will Wheaton, o Wesley Crusher de Jornada nas Estrelas! A mensalidade é de aproximadamente US$ 15.

A conta pode ser combinada com a conta da Amazon que você já tem!

Não sei se há serviço similar no Brasil. Então, se você sabe inglês, manda bala! É a melhor coisa para se escutar no trânsito!

Extremamente recomendado!

14 comentários em “Audiobooks: redescobrindo a literatura!”

  1. Infelizmente não há nada deste tipo no Brasil pelo simples fato de que a editoras não lançam audiobooks normalmente.
    Creio que só uma vez vi um pequeno display de audiobooks em uma grande livraria de São Paulo.
    Ao que parece, a cegueira dos nossos editores é tanta que não conseguem ver quanto poderiam lucrar com o trânsito parado das metrópoles, ou com as longas viagens diárias de ônibus e trem que a maior parte da população realiza.
    Só sabem reclamar que se lê pouco, mesmo quando os números dizem o contrário.

    Fora isso:
    ótima matéria, e deu vontade de assinar algum programa similar. Se a Amazon resolver encampar este sistema no Brasil, com livros brasileiros ou traduzidos, serei uma das primeiras a assinar.

    abraço

  2. Eu tenho um Kindle e tenho dois audiobooks nele.. Esse mesmo do Gaiman que vc falou e um outro lá que baixei pra experimentar (era grátis hahaha) e não gostei da voz da mulher e exclui do meu kindle. Ainda não fui seduzida pelo audiobook, mas se algum dia eu vivenciar algo semelhante a vc, em não poder usar a visão, pode ser que mude meu conceito.
    Mas realmente ouvir Gaiman não tem preço! Bom pacas!! 🙂

  3. Quem dera que todas as cidades tivessem um trânsito que nem de Londrina. Já morei em Fortaleza, Brasília, sempre viajo pra São Paulo e Rio de janeiro e SEI como é uma loucura ficar parado no trânsito. Mas é uma excelente saída;
    Sei também que esse tipo de produto VAI DEMORAR muito pra vir para o Brasil. O jeito é aprender inglês.
    rs

    1. Vai não. Já demorou
      Audiobooks são uma realidade na Inglaterra, EUA e outros países desde a invenção da saudosa fita K7.
      E auxiliariam muito crianças que tem dislexia, sem falar em quem tem deficiência visual.

  4. Fábio, mas era na voz dos próprios autores? Você pode me falar mais como era essa “interpretação”?
    Eu amei escutar bossy pants, da Tina Fey, mas acho que o principal fator responsável por isso era o fato de ser ela mesma narrando.

  5. Excelente dica, Fábio!!!!

    Nunca ouvi um livro, mas a experiência deve ser boa. Além disso, contribui com quem não pode ler.

    []s!

  6. Eu tentei ouvir um audiobook há alguns anos, livro era Quando Nietzche Chorou (Irvin Yalom), narração do José Wilker, quando comecei ouvir entrei em absoluto desespero, a vontade de rir era imensa.

    Mas deve ser massa ouvir o próprio autor do livro. Do jeito que você escreveu deu até vontade de dar uma nova chance. =D

  7. Sempre achei muito boa a ideia, até que comprei o audiobook A Hora da Estrela (ed. Rocco, 2006), da Clarice Lispector, narrado pelo ator Pedro Paulo Rangel. Após tentar escutar no carro e quase bater duas vezes e errar o caminho para o trabalho, percebi que ouvir um livro enquanto se dirige é tão perigoso quanto ler um.

Comentários encerrados.

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