Se pararmos para pensar, as trilogias acabaram. Agora o legal é fazer novas cinesséries explorar o assunto até o público cansar.

Por Otavio Almeida* e Fábio M. Barreto

Começo, meio e fim. Introdução, desenvolvimento e conclusão. Nascimento, vida e morte. A idéia de contar uma só história em três partes obviamente não saiu da cabeça de Hollywood, mas o conceito teve início no cinema graças à ambição de Francis Ford Coppola em fazer de O Poderoso Chefão I e II praticamente um filme só num intervalo de apenas dois anos de produção durante a década de 70. Naquela época, a Parte III da saga dos Corleones nem estava nos planos do diretor, porém, um de seus amigos, George Lucas, aproveitou o amadurecimento dos estúdios em relação à idéia para fazer uma aposta ousada.

Antes de continuar a análise, é bom explicar: As cinesséries já existiam, claro, como 007 e Dirty Harry, assim como as seqüências (Operação França II). Mas não estamos falando de continuações. Falamos de trilogias – três filmes para contar apenas uma história. Na verdade, uma saga em três partes, que só se completa no terceiro e último ato. Estamos entendidos? Então vamos lá.

Lógico que a grana faturada pelo primeiro Guerra nas Estrelas, de 1977, ajudou George Lucas em seu caminho. Steven Spielberg, que dirigiu Os Caçadores da Arca Perdida logo depois, com produção de Lucas, começou a moldar as três aventuras clássicas de Indiana Jones nos anos 80. Mas cada filme de Indy tem sua própria história. Um não depende necessariamente do outro, mas os marketeiros dentro e fora de Hollywood, fãs e não-fãs, chamaram Indiana Jones de “trilogia” assim mesmo. Era um termo cool para ganhar uma boa grana em cima do produto. Mas trilogia mesmo, depois de Guerra nas Estrelas, foi De Volta Para o Futuro, com direção de Robert Zemeckis e produção de Spielberg (olha ele de novo). As aventuras no tempo de Marty McFly (Michael J. Fox) foram pensadas por Spielberg, Zemeckis e o roteirista Bob Gale em três filmes (começo, meio e fim). Mas como a idéia ainda era ousada demais, todo e qualquer estúdio precisava avaliar o retorno financeiro nas bilheterias para pensar no desenvolvimento de uma cinessérie. Ou uma trilogia. Hoje, nem isso importa mais. Todo mundo já assina contrato para possíveis três (ou mil) filmes.

Como o mercado mudou, assim como as exigências do público (e a falta de criatividade de Hollywood), as últimas trilogias do cinema que honraram o conceito original foram O Poderoso Chefão, Matrix e O Senhor dos Anéis. Err… Será que Austin Powers entra nessa? E Mad Max? Ah, deixa pra lá. Mas até a Trilogia Bourne, que foi concluída brilhantemente por Paul Greengrass deve ganhar um quarto filme em breve. Hollywood nem quer saber mais se Bourne foi baseado em “somente” três livros de Robert Ludlum. Até Piratas do Caribe, que fechou a saga iniciada em A Maldição do Pérola Negra, já tem um quarto episódio engatilhado.

Agora, veja outros exemplos de cinesséries em três partes e não exatamente trilogias fechadas que continuaram: O diretor Sam Raimi já confirmou Homem-Aranha 4 e 5, Duro de Matar já está na quarta parte, Indiana Jones encontrou a caveira de cristal, Rambo voltou a matar, e O Exterminador do Futuro, que nem era pra ter chegado ao 3, já ganhou um 4. Tudo isso, sem citar as “reinvenções”. James Bond recomeçou suas aventuras como uma espécie de Jason Bourne loiro na pele de Daniel Craig, em Cassino Royale e Quantum of Solace, enquanto o Homem-Morcego arrebentou nas mãos do diretor Christopher Nolan, em Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas (alguém duvida que a terceira parte será feita?).

Ironicamente, a culpa (ou não) do fim das trilogias, mas ao mesmo tempo do renascimento das cinesséries (reinventadas ou não), cai nas costas do Sr. George Lucas – como nas trilogias, mitologias, enfim, Hollywood também é um ciclo. O cineasta voltou no tempo para contar a saga de Darth Vader e a indústria cinematográfica entendeu que prequels de grandes sucessos também significavam dinheiro no bolso.

E um dos gêneros que entrou na dança foi o terror, ao contar o que aconteceu cronologicamente antes de clássicos como O Exorcista e O Massacre da Serra Elétrica. Com o sucesso de Jogos Mortais, que já alcança seu quinto episódio e só deve parar lá pelo número 33, o importante agora não é mais a condução narrativa, mas sim as novidades em termos de mortes e sadismo.

Mas a verdade é que a opção pelas prequels é normalmente ruim para a nova geração de cinéfilos, uma vez que muito da força de personagens impactantes como Darth Vader ou o Padre Merrin se perde durante a “reconstrução”. Convenhamos, ninguém precisa saber como foi o primeiro dia de trabalho de Norman Bates em seu motel. Mas conhecendo Hollywood, nada é impossível.

Voltando ao culpado por tudo isso, levando em conta a batida influência de Joseph Campbell (escritor-referência em mitologia) na criação de George Lucas, não foi dali que saiu a idéia para os três filmes originais de Star Wars – o fã mais radical vai defender o roteiro gigantesco que renderia nove filmes, mas que foi reduzido para seis (o resultado final depois de 30 anos) e que começou pelo meio, no Episódio IV. Entendeu?

Bom, tudo isso está certo, mas a estrutura dessa primeira trilogia tem um pezinho nos livros de J.R.R. Tolkien e seu O Senhor dos Anéis, que fornece um dos melhores guias para se contar uma história em três atos, incluindo dilemas de personagens, virada de mesa a favor dos caras maus no segundo episódio e um renascimento milagroso para salvar o dia na parte final. Isso só mostra que o pensamento em três episódios estava por ali quando Lucas criou seu filho predileto.

O investimento maciço nas cinesséries acaba sendo a evolução natural para o sucesso das trilogias nos anos 80, uma vez que a nova realidade das bilheterias (que faz Hollywood ser a única indústria do mundo não afetada pela crise econômica) e a experiência com o mercado de home entertainment, fazem com que uma série de filmes com investimentos normalmente menores a cada novo episódio, garanta bom retorno financeiro primeiro nos cinemas e depois no lançamento direto para DVD. Voltemos, então, a citar exemplos como A Profecia, que já tem cinco filmes em seu acervo, isso sem contar os intermináveis Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo. E será que o Harry Potter do cinema termina mesmo no sétimo filme? Ops, a Warner já decidiu dividir o episódio final em dois filmes. Ou seja, não interessa se a fonte original, a autora J.K. Rowling, escreveu “apenas” sete livros.

Tudo isso expõe dois sintomas claros: Hollywood está mesmo passando por uma crise criativa, que se arrasta há dez anos, e há muito medo entre os executivos na hora de ousar. Ninguém é imbatível ali – vide os irmãos Wachowski que emplacaram Matrix, a última grande trilogia original, ousaram em Speed Racer e o filme ficou aquém do esperado. Esse temor existe quando é necessário criar algo, mas quando se tratam de continuações, com públicos definidos (como no caso de Jason Bourne, um personagem que deu certo) e sucesso garantido, tudo pode acontecer. E quando alguma coisa funciona, a overdose é inevitável.

Essa overdose pode vir com efeitos negativos em alguns casos. Vejamos o terceiro filme da “trilogia” da Múmia, com Brendan Fraser. As aspas tem função aqui, pois embora três filmes principais componham a série, há o spinoff do Escorpião Rei, além de um desenho animado envolvido na brincadeira. Dez anos separam o primeiro filme de sua conclusão em A Múmia – Tumba do Imperador Dragão, que perdeu uma das principais chaves da série: Rachel Weisz, substituída após dispensar o papel. Mas o diretor picareta Rob Cohen alega que precisava de alguém mais sexy. Ok. De qualquer forma, Rick O’Connell (Fraser) é um bom herói de ação, mas cinematograficamente não oferece novidade. Como as bilheterias são boas, algum engravatado de Hollywood grita: “Oba, vamos aproveitar ao máximo!”

Mas o sinal de cansaço afeta até mesmo o herói. Em entrevista ao SOS Hollywood, em Londres, Brendan Fraser confessou um certo cansaço e demostrou incerteza a respeito de um quarto filme. “John Hannah poderia ir para a América do Sul sozinho, talvez”, disse por conta da sugestão feita pelo comediante inglês.

No meio de tudo isso, temos crossovers (Alien Vs. Predador, Freddy Vs. Jason), remakes, além de um excesso de adaptações de livros, quadrinhos, games, e os já citados spinoffs (Wolverine, Elektra, Escorpião Rei) e reinvenções. Vale tudo para criar uma cinessérie lucrativa. Reinventaram Bond, Batman, recuperaram a imagem do Hulk com o último filme da Universal e agora é a hora de recomeçar Jornada nas Estrelas. Na 11ª aventura da cinessérie, JJ Abrams entra na dança e reinventa a origem de James T. Kirk, Spock e Cia. (embora essa história nunca tenha ido parar no cinema, a origem da lendária Enterprise já foi tema da série de TV, que não foi muito bem, aliás). Muito mistério cerca o lançamento do filme, que já foi adiado uma vez, mas se Abrams conseguir recuperar o respeito de Jornada nas Estrelas, há muito marcada por filmes similares a longos episódios, podemos ter certeza de que a franquia renascerá e, pelo menos, mais dois filmes com essa mesma “tripulação” serão encomendados.

Como você já sabe, Hollywood é um ciclo. Para conquistar diferentes gerações, a indústria tenta se manter e prosperar ao longo dos anos se reinventando algumas vezes e se repetindo de tempos em tempos. Depende de cada época e da necessidade de cada geração. Assim caminha a Humanidade.

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* Otavio Almeida faz sua primeira participação no SOS Hollywood. Além de grande amigo e companheiro de batalhas nos tempos de assessoria de imprensa, Otavio manja muito de cinema, tem um dos melhores textos da internet brasileira e consegue pensar fora do habitual quando cuida de seu blog, o Hollywoodiano. Informação importante e indispensável: flamenguista até a última célula!

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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35 Comments

  1. Cara, isso ficou nerd demais! Mas ficou bom! Valeu pela colaboração! Outras virão!

    Grande abraço! Bom final de semana!

    O.

  2. Já incomodei bastante lá no Hollywoodiano!!! O texto ficou ótimo, Fabio!

    Abraço!

  3. Perfeito simplesmente…

    Resumiu maus desabafos sobre o cinema americano..

  4. Excelente texto mesmo…
    Mas apenas uma correção..
    O De Volta Para o Futuro, de início, não foi pensado no formato de trilogia, mas sim em 2 filmes… O “problema” foi que a filmagem ficou longa demais (com várias cenas), e os diretores/produtores não quiseram passar a tesoura no filme.. Aí tiveram a idéia colocar um terceiro filme..
    Tanto que o filme 2 foi um dos primeiros (me falta conhecimento básico para afirmar que foi o primeiro, portanto coloco de maneira genérica), em seu final, cenas da própria sequência, que já estava totalmente filmada..
    Mas é isso.. Volto a repetir.. Mto bom o texto.. Totalmente realista com a Hollywood atual..
    Um Forte Abraço..

  5. Pra mim só não ficou claro o bastante nesse texto quando um REINÍCIO é válido ou não.

    A vezes me parece que sempre são “CAÇA-NÍQUEIS”.

    Noutras, penso eu, que nem sempre o formato ideal é de “apenas” um TRILOGIA, como Piratas do Caribe, Jason Bourne, e claro, o NOVO Batman e, em breve, Jornada nas Estrelas.

    Tá bom, Star Wars também, embora sejam duas trilogias, gosto mais de pensar em uma Hexalogia, e com várias séries derivadas, como Clone Wars e The Clone Wars por exemplo.

  6. Visão ampla do assunto,véi

    já tinha pensado sobre isso e o textículo aí soube expressar o problema q se tornou essa busca pelos $$$$.

    os caras tão estragando td q é história d filme.tão dando porrada no meio d nossas bolas.

    foda é q n sei tem como mudar isso…assunto morto já

  7. Muito boa a análise. A falta de criatividade em Hollywood também se reflete nas adaptações live-action de animes como Macross (que facilmente viraria cinessérie) e Akira (que provavelmente virá em dois ou mais volumes).

  8. Muito boa essa análise conjunta, resume perfeitamente o assunto.

  9. Texto bastante bom. Eu so´ faria uma correçao: a estrutura de tres atos nao remete aos livros de Tolkien. E´ bastante anterior, vindo da construçao tipica da opera, em que o segundo ato e´ “dos viloes”, antes da redençao/definiçao final do roteiro.
    Just my two cents.

  10. Parabéns ao meu XARÁ, pela iniciativa, e ao OTÁVIO, pela colaboração.
    Achei a matéria muito elucidativa e divertida!
    Saudações,

  11. Adaptações são mais seguras, uma vez que um anime/jogo/desenho/hq fez sucesso, bem provavel que o filme fará, pelo menos, parte do sucesso, chamando uma galera aos cinemas…
    Ou seja, essa enxurrada de adaptações só estão acontecendo para evitar perder dinheiro com produções que nao vendem.. Não q seja ruim, to adorando a Marvel com o que ela ta fazendo e o bátimã!

  12. Por que você deletou o post com a notícia da série Terminator?

  13. Oi Luana, deletei não. Está lá.

    bjs

  14. A crise não é só de criatividade, pois se este fosse o único problema bastaria o pessoal começar a ler vários livros que já foram escritos para conseguirem boas histórias. O problema é também de falta de coragem para arriscar em algo “novo”. Não sei como ainda não pensaram em refilmar Metropolis??? Mesmo não seguindo o caminho da refilmagem teria ainda várias outras opções que executadas profissionalmente ficariam muito boas tais como: A triologia da Fundação do Asimov, Saga da Lança (Dragonlance), Incal, a Triologia de Mars (esqueci o nome do autor).

  15. Tá, e falando de trilogias que não eram pra ser trilogias, mas fecharam mal com um terceiro filme, obrigando aos interessados (criadores, roteiristas e produtores) um quarto filme para corrigir o ‘erro’ do terceito filme, como o caso da série (outrora trilogia) Rambo…

    Depois de 2 ótimos filmes e um terceiro marromeno, Sly fez um quarto filme redentor que salvou a série (e que poderia muito bem ter sido o terceiro, pra ter encerrado a “trilogia” de maneira merecida)…

    Se bem que de tão bem sucedido, os produtores querem mais um (ou mais dois, quem sabe)…

  16. @ Luiz Gilberto
    A Trilogia de Marte é do Kim Stanley Robinson. Realmente seria uma ótima para ser filmada.

    Sou fanzaço de Asimov e só confiaria caso alguém tipo o Peter Jackson resolvesse filmar. É muito grande e complicado para ser estragado.

    Acredito que a crise de criatividade permita que mais adaptações aconteçam com sucesso agora sem ter vínculo com heróis. Esse é um dos grandes elementos do momento, não são adaptações de quadrinhos que estamos vendo, mas sim filmes d eheróis que ganharam um novo fôlego.

    @Thor
    Então, no sentido estrito do termo, Rambo nào seria uma trilogia em termos estruturais, afinal, cada história é fechadinha e independente. Mas como todo mundo chamou tudo de trilogia, já viu. E você está certo, o último filme recuperou muito da força que o Rambo tinha perdido no terceiro.

    abs,!

  17. po nem citou a cinesserie Rocky e o interminavel American Pie uhauhauhauha

    se soubesse madaptar td, trabalhando bem os detalhes, pra mim Watchmen daria uma PUTA duma trilogia =D

  18. Não conhecia o blog.
    Excelente texto!

  19. @ Cecilia
    Olá! Seja bem-vinda! Otavio e eu devemos fazer outras parcerias como essa em breve, então veremos o que acontece. Obrigado pela visita!

  20. “Rob Cohen alega que precisava de alguém mais sexy.”
    E botou aquela baranga sem graça por que então?
    Taquipariu, vou te contar… cara não sabe nem inventar desculpa direito.

  21. Oi gente!

    Só coloco uma pergunta no ar: se o dinheiro com o “sempre a mesma idéia” vem fácil, pra q que eu vou quebrar a minha cabeça fazendo algo original e supreendente? Dinheiro é o q importa … infelizmente ..
    Fabio, ótimo texto, tá de parabéns …

    Bjos a todos …

  22. Fábio, tem muito imigrante brazuca aí em LA? Eu morei no estado que mais tem brasileiro nos EUA: Massachussets, numa cidade chamada Worcester, a 1 hora de Boston. Tinha tanto brasileiro que muitas vezes não dava nem pra praticar o inglês direito, rsrs. A coisa que mais sinto saudade daí é o preço dos eletrônicos. Eu lembro que com 1 dia de trabalho eu comprava uma TV! Vou aproveitar que meu pai conseguiu recentemente o green card e pedir para ele me trazer umas bugigangas, hehehe. Abs.

  23. Valeu, gente! Eu jamais teria conseguido sem o Fabio blá blá blá… Que clichê esse discurso. Mas é verdade!

    Abs!

  24. @ Denis
    Brasileiro tem, mas eu fico bem distante do núcleo em Culver City. Infelizmente, tive dois contatos com compatriotas e ambos foram complicados, então prefiro deixar a “comunidade” lá e viver mais dentro do mundo americano aqui. Embora isso gere bastante solidão, melhor só do que mal acompanhado! :p

    Esse negócio de mudar de pais pra ficar atrás de “tudo brasileiro” não faz sentido, afinal, se quer comer picanha todo fim de semana aqui NAO é o lugar! ô saudade duma carninha boa! :p

  25. Tá, muito se fala na faltade criatividade que existe em hollywood, mas eu acho q oq marca mais esse tempos de hj com varias adaptaçoes e bla bla bla, nao é bem isso e sim a PRESSA EM GANHAR DINHEIRO.
    Pq pelos altos investimentos em filmes e falta de sguranaç em coisa nova, tipo começar um novo personagem totalmente desconhecido, começar um universo, acho q acabam fazendo com q os produtores na ansia de ganhar um dinheiro logo e na certeza disso prefira em investir ali em algo q já tem um publico tanto das hq omo de filmes antigos e resolva fazer um filme daquilo. Parece mais certeza de um lucrinho aí.
    Aí oq acontece, manda fazer um roteiro as pressas, chama o ator do momento, coloca efeitos em tudo, usa tudo oq pensam q é garantia de sucesso, e fica aqla merda.
    Resultado, as pessoas olham e pensam q foi falata de criatividade tanto de pensar em algo novo como de repensar aquilo oq já exisitia de maneira decente.
    Quer queira quer nao, de tempos em tempos surgem algo geniais por aí, tanto originais como em adaptaçoes, que nao dá pra falar que altou criatividad ali, e muitas vezes aquilo nao foi muito bem apostado por produtores por ser “diferente demais”.
    Sei lá acho q a “pressa em ganhar dinheiro” marca mais hollywood hj (nao sei muito bem como era antigamente mesmo) doq a falta de criatividade. Acho q está ultima é mais uma consequencia da primeira.

  26. Ainda pra “defender” um pouco as adaptaçoes (nao é bem defender, já q acredito q muita gente goste mesmo apesar de se incomodar com tantas) eu acho q realmente o que foi produzido até os dias de hj (tipo filmes antigos, hqs classicas, personagens antigos e tals) de fato fizeram um publico muito forte e nao só dos qestao na plateia mas tb dos proprios cineastas. Tipo o Sam Raimi com homem aranha, o doido do nicolas cage, o nolan se nao me engano, os irmaos nao sei oq com speed racer e esse lance de ninjas assassin, o edward norton com o hulk e por aí vai.
    Tipo, com certeza os caras pensam em dinheiro tipo “se fazermos isso vai ter pblico certo”, mas porra, os caras sao fas da parada, mexem com filmes… algum nerd nao sentiria vontade de fazer um filme de super heroi se soubesse mexer com cinema.
    Sei lá, pra ter um pouquinho de esperanaça naqle mundo de hollywood as vezes ainda penso nisso.

  27. “Com o sucesso de Jogos Mortais, que já alcança seu quinto episódio e só deve parar lá pelo número 33, o importante agora não é mais a condução narrativa, mas sim as novidades em termos de mortes e sadismo.”

    Afirmação exagerada. O 2o e 3o filmes realmente foram fracos, mas o quarto teve um roteiro interessante. O 1o é uma obra-prima.

    Me incomoda um pouco esse preconceito com trilogias, cinesséries, sequências de um modo geral. O fator “caça-níquel” e a crise criativa são inegáveis, mas por conta disso, a maioria dos críticos parece condenar de antemão toda e qualquer continuação.

    Eu encaro de modo muito simples: o filme foi bacana? Se foi, então por que não ver mais histórias desse universo, desses personagens? Claro, existem excessões óbvias, como V de Vingança e Watchmen, onde não há possibilidade de continuar porque a história foi inicialmente planjada em um único ato. Mas de maneira geral, acho que um filme pode ter sequências sim, e não somente 2. Tudo depende do planejamento, da direção a que a história é levada por cada capítulo. No já citado Jogos Mortais, por exemplo: depois do primeiro filme maravilhoso, o 2o foi um erro brutal desde o começo, tornando inválido o protagonista. Isso se refletiu nos posteriores, e que poderia ter sido uma série fantástica, acabou ficando meia boca.

    A mágoa parece ser que, por só investir em continuações, Hollywood não dá mais espaço para novidades, idéias criativas e diferentes. Bem, essa uma discussão interessante, não tenho opinião formada sobre ela. Mas acho injusto condenar previamente as cinesséries por conta disso, sem dar qualquer chance. Afinal, pode sair um filme bom daí, mesmo que seja a parte 17, por que não?

  28. @ Jackson

    Pois é, Jogos Mortais começou bem, mas depois ficou meio repetitivo. Não acho que no meu caso ou o do Otavio seja preconceito contra trilogias ou cinessérias, tanto que sou fã assumido de Guerra nas Estrelas, que era Trilogia e agora virou cinessérie, e o Otavio adora o Chefão, que se tornou uma trilogia.
    O objetivo aqui foi tentar entender esse momento e o motivo de Hollywood não conseguir mais encarar o sucesso em apenas uma parte. Olha, eu acho que Piratas do Caribe NUNCA deveria ter tido mais que um filme.
    Claro que existem exageros. Jason e Freddy que o digam, esses vão parar lá pelo 1002348 episódio e ninguém vai reclamar. Aliás, tem um Friday The 13th a caminho, parece bom!Vi um pedaço no Scream Awards e curti.
    Acho que o condenável aqui é a transformação de tudo em produto guiado pelo marketing e não pela criatividade cinematográfica. Tem muito a ver com o que o Billy Bob Thornton me disse, sobre nao ver filmes, pois o cinema de hoje é feito pra vender action figure ou algo do licenciamento. Bom, ele está correto nisso e acho que isso é o criticável nessa situação toda.
    Por mim, se os Wachoswki resolverem fazer mais uma trilogia Matrix, eu não reclamo! Só há casos em que a continuação é besta e desnecessária, que é o que acontece hoje. Todo filme estréia e gera a seguinte pergunta: quando vem o 2?
    Fizeram o segundo filme da Sisterhood of the Travelling Pants. Nada contra filmes femininos, mas pra que? É a mesma coisa que continuar 300… vou adorar, mas isso deveria ser utilizado como arma secreta quando o estúdio estiver mal, mas não ser a linha de pensamento e atuação constante do sistema.

    Abs,

  29. É verdade Barreto, eu me distanciava dos brasileiros, pois tinha muita putaria e todo mundo queria te passar a perna. Porém, graças ao meu bom inglês, consegui trabalhar só com os americanos num restaurante estilo novaiorquino. O pessoal aqui do Brasil tem a mania de falar mal de americano, mas conheci muita gente boa. A maoiria do pessoal era bem simpático e educado. Já na parte do restaurante ontem tinha os hispanos vc deve ter uma idéia… E como a carne de qualidade aí é cara, né? Ás vezes eu comia uns bons filés no restaurante, mas fazer churrasco era o olho da cara. Mesmo as carnes meia-boca eram horrívéis. O gosto da carne não é o mesmo da brasileira mesmo. Vantagens e desvantagens, como em qualquer lugar. Abraços.

  30. @Barretão!

    É isso aí, mandou muito bem nos comentários, tô contigo e não abro.

  31. Hun… a indústria dos games foi afetada pela crise econômica?

  32. @Six Luiz
    Só para a Sony… :X

  33. Fabão e Otávio,

    Bacana mesmo o texto. Eu nunca tinha parado para refletir sobre essa tendência trilogias x cinesséries. Sobre a crise criativa, é triste mesmo ver que a lógica que rege Hollywood, independente das cifras (inerentes ao negócio do cinema), é a do mínimo esforço. Com a tecnologia que se tem hoje, é mais fácil fazer um filme dos Transformers ou do Speed Racer do que criar algo novo.
    Só para finalizar, por falar em Chefão fui no sábado passado à sessão especial na 32ª Mostra Internacional de SP. Escrevi um pouquinho no blog sobre a experiência:

    http://igordroog.blogspot.com/2008/10/chefo-na-tela-grande.html

    Um abraço,

    Igor

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