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There’s no charge for awesomeness! E ele é DEMAIS! Mesmo! É ele! O Panda!

LOS ANGELES – A briga pela liderança qualitativa da animação se desenrola pesadamente há anos. Pixar batendo de um lado, DreamWorks respondendo do outro, e, vez ou outra, uma terceira aventureira pinta na área e acerta um hit. A franca vantagem da Pixar, porém, é latente e fica a cargo das demais companhias correrem atrás do prejuízo. Shrek tinha sido, até agora, a maior afronta à hegemonia, porém, Kung Fu Panda define um novo padrão na briga pelo segundo lugar. Com bom-humor e excelência técnica, a nova animação que chega aos cinemas brasileiros amanhã já arrepiou nas bilheterias norte-americanas e deve repetir a dose no Brasil!

Acredito que a maioria dos leitores do SOS e do Judão sejam fãs de alguma coisa. Algum filme, HQ, jogo de vídeo game, qualquer coisa. E, sendo fãs, todos temos aquela necessidade de colecionar cacarecos, action figures, pôsteres, pedaços do lençol da cama dos Beatles…oops, fui um pouco longe no tempo agora. E, como todo fã, quem nunca pensou em viver uma das aventuras dos seus ídalos? Especialmente para os marmanjos. Imitar o Bruce Lee depois de assistir Operação Dragão pela primeira vez era inevitável! Bom, esse é o Pô. Pô é um panda. Um panda gordo e atrapalhado, dublado pelo Jack Black (leia entrevista aqui), que idolatra os Furious Five – os melhores lutadores de kung fu do mundo – e acaba indo parar no meio deles.

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Entretanto, no sonho de Pô, que abre o filme, ele dá um show de habilidade e destreza, assim como a equipe técnica, que criou um desenho dentro do desenho. A diferença é que o “sonho” tem um estilo a lá Samurai Jack, enquanto o restante do filme aposta num 3D de altíssima qualidade.

Ah, mas lá vai você dizer que o filme é perfeito de novo! Não, Wall-E é perfeito. Considero a velocidade adequada e respeito as demais opiniões. Kung Fu Panda é um bom filme, com muito mais humor que Wall-E, só para ilustrar, mas trabalha uma mensagem relativamente comum. Conta a história do garoto que sonha, tem a chance de ser grande e precisa conhecer os próprios limites para superar um grande obstáculo. Esse ano mesmo o tema já chegou às telas com Forbidden Kingdom, com Jackie Chan e Jet Li. Para nao deixar dúvidas: Wall-E e Kung Fu Panda não são passíveis de comparação. São filmes diferentes, com técnicas diferentes e públicos diferentes. Qualquer comparação seria muita pretensão e, claro, infundada.

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Isso não muda o fato, porém, de Kung Fu Panda ser um filme marcante e hilário. O mais engraçado da temporada, vale até o palpite. Uma mistura de humor físico com boas sacadas de roteiro, que diverte sem parecer tolo e sempre se mantém simples e obviamente previsível, mas não afeta o desempenho. Todo mundo sabe que Pô vai se tornar o Dragon Warrior e vai salvar o Vale da Paz, mas até ele ser capaz de fazer isso, tem muito treinamento e piadas para contar.

Jack Black foi escolha perfeita para o papel. Os demais nomes estelares (Angelina Jolie, Jackie Chan, Seth Rogen e Lucy Liu) são meras cerejinhas nesse ótimo bolo que a Dreamworks preparou. A única exceção é Dustin Hoffman, que fez um trabalho fantástico como Mestre Shifu. Só faltou ele dizer: Chupa Mestre Splinter! =D

Mais uma vez, o Rato Power é trazido à baila. Príncipe Caspian mostrou Reepecheep, Tartarugas Ninja apostava no Splinter e o Topo Gigio dava meeeeeeedo! Jerry e Ligeirinho são unanimidades, então vou deixá-los em paz!

Voltando ao Panda. É um barato ver o gordão aprendo a lutar kung fu e o modo como ele “permite” ser treinado é deveras bem pensado.
Kung Fu Panda é um filme que merece ser olhado com cuidado. Seu objetivo vai além das piadas. A vila onde Pô mora é povoada por coelhos, porcos e patos. Aliás, o pai dele é um pato! Melhor não perguntar! Ele é o único panda da região o que, automaticamente, o diferencia dos demais. Mas sem preconceito. Ser gordo não é um problema e ser atrapalhado não o impede de ser ótimo na arte de fazer miojo. O conceito é mais profundo que isso.

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Pô é cada um de nós e, ao mesmo tempo, todos nós. Ele é diferente, mas no aspecto positivo. Seus sonhos o diferem das massas e suas ações o levam ao lugar e hora exato no qual ele pode realizar suas maiores fantasias. O filme não diz: siga a moda, pense igual ou tenha barriga tanquinho. É o contrário, na verdade: acredite no que você é, faça disso uma poderosa arma e nunca desista, mesmo quando o mundo parece pensar diferente.

Toda essa crítica social está embutida nessa história que, embora tenha a China como pano de fundo, acontece todos os dias, em todos os cantos do mundo. É o cinema se prestando ao serviço de educar no sentido mais positivo da palavra e sem ser depreciativo. Independente de seu sonho ser fazer miojo pelo resto da vida, assim como seus antepassados fizeram, ou desafiar os dogmas e ser um grande guerreiro, o importante é ser feliz nesse processo e, nunca, deixar de ser você mesmo. É a individualidade a serviço do todo, mas sem perder a identidade.

E toda essa filosofia vinda de um Panda, hein? É! Está esperando o que para ir ao cinema? Hoje começa o Pandamonium!

Confira outra crítica no Guia da Semana!

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Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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8 Comments

  1. É uma pena que as sessões legendadas sejam praticamente inexistentes.Devo acabar assistindo no pc.

  2. “Hoje começa o Pandamonium!” Rolei de RIR!

    Concordo com o comentário acima…

    To doido para ver! Vi Wall-E e não me arrependo JAMÁIS! Tomara que esse funcione da mesma forma!

  3. […] eu acabava rindo, mas foi sossegado. Entrou na sala comendo e até ofereceu! o_O Ele arrebenta em Kung Fu Panda e, em breve, vem por aí com Tropic […]

  4. Nando - com sono.. forever

    mas o shifu nao é rato.. é guaxinim..

    ;^P

    ps:
    versao dublada em portu-gays esta PESSIMA!!!

  5. FABIO, apesar do filme ser muito divertido,
    tenho o mesmo pensamento do KAJI e lamento pelas pouquíssimas sessões legendadas (se existirem), pois prefiro ouvir os diálogos no idioma original.
    Ainda não sei quando conferirei KUNG FU PANDA, mas assistirei a HANCOCK ainda nesse fim de semana.
    Ah, continuo na espera para o filme do ano, THE DARK KNIGHT!
    Saudações,

  6. Olá, pessoal!!

    Gostei muito de Kung Fu Panda. Dei muita risada durante o filme.

    Só pra constar: tem uma cena extra mínima ao final dos créditos. Bem no final mesmo, e bem pequenininha. Mas gostei dela também.

    Abraços!

  7. @ Nando – com sono.. forever

    Na verdade eu acho q o Shifu é um panda vermelho hehe

    procura no google “red panda” q vc acha um bando de fotos

    essa espécie tb é conhecida como firefox =D

  8. Bom, achei o filme bom, mas poderia ser melhor , visto que o final ocorre sem muitas enrolações. Tudo aconteceu muito rápido; em toda a luta final não existem telespectadores. Poderiam os 5 guerreiros lá apanhando… e depois o Pansa surge… coisas desse tipo… acho que faltou algo a mais para ser melhor.

    Mas o fime eh bom, 2 cenas me fizeram chorar de rir… hehe…

    😉

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