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“A Invasora” é um conto de fadas que mistura folclore brasileiro e europeu, cheio de mitos e ação, daquele jeito que só eu sei fazer. É minha primeira história situada no Brasil!

Hoje é um daqueles dias felizes! Depois de completar 7 anos de vida fora do Brasil, é hora de lançar meu quarto livro! =D “A Invasora” é um projeto antigo, cheio de história (que conto abaixo) e motivo de muito orgulho, afinal, pude trabalhar com um gênero que gosto muito, mas nunca tem tanto espaço nos livrarias. Esse texto está disponível na Amazon (até o fim da semana deve entrar no Kobo). Como de costume, o preço é bastante acessível – sempre abaixo de R$ 5. Ah, preciso dizer que a capa do CHEV está fantástica?! =D

Novamente, conto com a sua ajuda para comprar, ler, comentar e, acima de tudo, contar para os amigos! =D

Em vez de reescrever tudo, leia a apresentação do livro e entenda as razões de tudo isso.

“Pouco depois do lançamento de “Filhos do Fim do Mundo” em janeiro de 2013, meu primeiro romance, comecei a pensar seriamente na carreira de escritor. Em tese, isso deveria ter acontecido antes da publicação do livro de estreia, mas escrever é algo tão tortuoso comercialmente que, de fato, só é possível acreditar na realidade da situação quando o exemplar está na prateleira ou você está autografando cópias mundo afora. Foi um processo meio às avessas, mas como escrevo profissionalmente desde os dezoito anos, quando pisei na redação de “O Estado de S. Paulo” pela primeira vez, a literatura soou como uma extensão desse trabalho e pouco mudou em termos práticos. Quando recebi a “permissão para acreditar”, o próximo passo era claro: escrever mais.

Duas coisas nasceram entre outubro de 2012 e março de 2013. A primeira delas foi a série de conceitos que, com sorte, conseguirei lançar em formato de romance nos próximos anos: as ficções “Snowglobe” e “Emissária”. A outra foi um conto baseado no folclore brasileiro: “A Invasora”. Desde aquela época, venho ensaiando a ideia de publicar textos mais curtos e manter o ritmo, enquanto segue o trabalhoso processo de negociação com as editoras e o convencimento delas para os romances.

LEIA MEUS LIVROS:
A Velha Casa na Colina – Terror
O Céu de Lilly – Ficção Científica
Filhos do Fim do Mundo – Ficção Especulativa
VENCEDOR DO PRÊMIO ARGOS DE MELHOR ROMANCE BRASILEIRO EM 2014

“A Invasora” surgiu pela mistura de necessidade, empolgação e respeito à mitologia nacional que sempre achei curiosa, mas, assumo, nunca me aprofundei como deveria. Consumi todos os contos de fadas clássicos oriundos da Europa, e, exceto por Monteiro Lobato e alguns autores infantis do início da década de 1980, li muito pouco. A justificativa é simplória, mas, infelizmente, temo, real. Não havia aprofundamento nos poucos exemplares com os quais tive contato. Eram apenas versões das mesmas histórias, muitas feitas com diagramação tão ruim quanto desanimadora; isso sem contar livros didáticos com erros de português. Sabe-se lá o porquê (ok, era dinheiro!), os importados eram mais bem-feitos, trabalhados e envolventes. Fui conquistado pela editoração! E por culpa do meu pai Aloisio, que me presenteou com uma cópia – que ele mesmo leu na escola – de “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll. Logo, ler Hans Christian Andersen, Esopo, irmãos Grimm, Contos da Mãe Ganso, Charles Dickens e até Beowulf foram mais parte da minha infância do que a Cuca – responsável por assombrar muitos pesadelos! –, o Saci-Pererê (aliás, tenho um projeto de livros infanto-juvenis com ele), os mitos indígenas ou a mitologia do Sul e do Nordeste, que, com méritos, sempre parecem algo à parte do resto do país. Entre eles, destaco o mito do Negrinho do Pastoreio, a Besta Fera e a Cidade Encantada de Jericoacoara.

Logo, quando meu momento de escrever com volume chegou, nada mais justo do que contribuir para esse mercado que ainda vejo como carente – embora, assumo, seja uma visão defasada. Mas quem precisa de desculpa para escrever, não é mesmo? Bem, pensei no cenário, escolhi a lenda mais adequada e juntei as peças. Dois dias depois, a primeira versão estava pronta. E levei uma das maiores cacetadas da minha vida. Como Neil Gaiman diz, devemos cometer erros e continuar cometendo-os, pois, assim, estaremos sempre tentando. Escrevi na empolgação e logo mandei para diversos beta-readers, incluindo minha querida cunhada Sílvia Helena e ao grande amigo Sergio Vieira. A Sílvia costuma amar tudo o que eu faço, mas, nesse, ela vacilou e levantou alguns pontos. Foi o primeiro alerta. Entretanto, quando o Vieira respondeu, eu parecia o Maguila lutando contra o Tyson (entregando a idade!). Foi a pior e melhor bordoada que recebi até hoje. Ele devastou o conto, ganhando meu respeito e gratidão eternos. E fez sentido. Por ser um rascunho, o que Stephen King chama de “escrever com a porta fechada”, eu não deveria ter saído mostrando para o mundo depois de salvar pela última vez. Revisar e reescrever são importantes demais para ficarem em segundo plano. Esse foi o primeiro erro. O segundo foi me deixar levar pela empolgação do momento – nesse ponto, “A Invasora” já estava sendo pleiteado por uma coletânea nacional e o ego foi lá para cima. O terceiro, e pior, foi acreditar no mito do texto final na primeira versão. Isso não existe e eu sempre soube. Mas uma série de fatores mudaram a perspectiva.

Como resultado dos tabefes literários, fiz o óbvio. Apaguei tudo e reescrevi. E aí? Refiz tudo. De novo. E de novo. O conto acabou ficando de fora da coletânea mencionada por razões que não vêm ao caso, mas qualidade não foi uma delas. Como a Amazon ainda não estava presente no Brasil e os e-readers ainda estavam longe de ser uma realidade acessível – vejam só como dois anos mudam muito o mercado! –, acabei deixando o conto na gaveta, em vez de publicar em versão PDF no meu site. Batalhei para inscrevê-lo em concursos literários no Brasil, mas o cenário nacional é vergonhoso. Ou há espaço para ficção muito curta (de até três páginas!) ou romances, não há nada no meio do caminho.

As coisas mudaram, comecei a lançar contos em formato de e-book e chegou a hora. “A Invasora” tem muito do meu estilo e marca minha estreia profissional num dos gêneros que mais estudei na vida: contos de fadas. Já publiquei dois contos no meu antigo blog, mas são apenas lembranças do período em que, de fato, comecei a pegar gosto pela escrita, entre 1997 e 2000. Todo mundo me conhece por ficção científica, mas esse sempre foi um hobby, que ficou bastante evidenciado durante minha participação no Conselho Branco (fã-clube de J.R.R. Tolkien). Cheguei até a contar histórias nas primeiras edições da HobbitCon, vestido de Hobbit! Ainda bem que não tenho fotos!

Costurei diversas influências, conceitos e dados históricos para construir uma história originalmente brasileira e capaz de dialogar com leitores de diversos países. Afinal, independente do país, acima de tudo, “A Invasora” é um conto de fadas que, como Tim Burton me disse, “são sempre assustadores e maravilhosos ao mesmo tempo”.”

Divirta-se!

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Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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