Há sérios riscos nesse negócio de conhecer grandes astros. Especialmente aqueles por quem você nutre algum carinho especial. Seja por um personagem ou por filmes em que essa pessoa participou. A frustração vem de onde a gente menos espera e as surpresas também acontecem. Boas, inclusive. Mas não foi o caso. MESMO. No dia da morte de Heath Leader, tinha mais uma bomba me aguardando e descobri isso quando fiquei frente a frente com Jessica Alba, que tanto havia me impressionado em Dark Angel, Quarteto Fantástico e nos trechos que vi de Awake. E se provou uma tapada de marca maior.

Antes das entrevistas exclusivas, sempre rolam as rodadas de mesas-redondas. Foi aí meu primeiro contato com Jessica, que entrou na sala com vestidão vermelho, que escondia um pouco os primeiros meses da gravidez. Simpática com as pessoas, logo sofreu um turbilhão de perguntas sobre maternidade, casamento, vida pessoal e todos os detalhes fúteis do dia-a-dia. Isso quando o povo não resolve perguntar sobre os esportes radicais femininos: pilates, power yoga, tai chi, dieta da lua, dieta tailandesa radical, regime dos 9 pontos, e aquele monte de coisa que não faz o menor sentido para uma pessoa… Humm… Normal? Fúteis, pois deveríamos falar de cinema, certo?

Decidi iniciar aí minhas perguntas para minha entrevista individual com ela, pois ela me pareceu entediada por só falar do assunto, mas eu estava redondamente enganado. Era o único assunto dela, pelo jeito. Ela é burra que nem uma porta! Aliás, a porta sabe que só precisa abrir e fechar. A Jessica acha que é boa pacas e se comporta como diva mundial! PELOAMORDEYODA!

O filme já não é bom, mas ainda podia ficar pior. O resultado surpreendentemente ABISSAL você lê agora, na íntegra, sem nenhuma edição no conteúdo (em parênteses, meus pensamentos na hora):

Estamos aqui para falar de O Olho do Mal, mas você foi bombardeada por perguntas pessoais. Isso te incomoda? Não sente falta da atenção ao seu trabalho em vez da vida pessoal?

Eles sempre fazem isso. Silêncio.

(I have a bad feeling about this)

Mas seria mil vezes melhor focar na atuação, não é mesmo? Por exemplo, sobre o esforço para criar essa personagem cega.

Tanto faz. Novamente silêncio.

(Tanto faz não, querida. Eu fiz uma pergunta, qual a dificuldade em responder? Falar da personagem, pode ser?)

Agora que você tem o distanciamento daquele momento, qual foi a importância de Dark Angel na sua carreira além de ter aberto as portas (e mostrei a edição da Sci-Fi, na qual publiquei a estréia da série na capa)? Tem saudades?

[Risos] Foi essa série que abriu as portas para minha carreira. Sem ela nada disso teria acontecido. Graças ao [James] Cameron estamos aqui. Silêncio.

(Sim, isso eu sei! A segunda pergunta estava aí pra que? Ser ignorada! Diga algo, pelo amordesantagertrudes!)

A série exigia muito esforço físico. Você faria algo assim novamente? Aliás, você teve que aprender a se comportar como cega para esse filme.

Acho que faria, mas só depois da gravidez. Estudei muito para simular a cegueira, mas eu podia tirar a faixa que usava, os cegos não. É muito difícil. Silêncio e a olhadela para o teto.

(Sério! Não me diga! Só falta você dizer que cegos não enxergam e você sim! E, claro, é super fácil, aliás, não vejo a hora de perder a visão.)

Com esse filme você se iguala a Naomi Watts e Sarah Michelle Gellar no hall das beldades que se arriscaram em remakes do cinema oriental. Por que você acha necessário esse tipo de refilmagem?

Gostei muito de O Chamado e O Grito. Fiquei empolgada com a idéia e finalmente tenho um filme de terror só meu. O público curte esse tipo de coisa e a história é original, não tem nada parecido.

(Original? Ela bebeu, só pode ser! Ou o bebê está começando a comer o pouco de cérebro que ela tem?!)

Mas é um remake, certo?

Sim, mas agora ela é o ocidental e minha personagem é um pouco mais profunda que a do outro filme.

(I have a bad feeling about this x2)

Como assim profunda?

Melhoramos o roteiro.

(Estou ficando com medo. Ela não entende de cinema, só pode ser. Acho que vou perguntar sobre Yoga!)

Qual a expectativa para essa melhoria de roteiro?

Os fãs do gênero são leais. Eles vão gostar.

(Não conheço um sujeito que entenda de filmes de terror que concorde com você, querida. Estamos mesmo falando de terror? Lembre-se, a última vez que você disse isso, teve fã da Marvel tendo convulsões com Quarteto Fantástico)

Esperamos que gostem.

É, mas as críticas serão positivas e negativas. Esse filme trata do tabu dos fantasmas, é um conceito mais ocidental. Os fantasmas são tratados de outra maneira no oriente.

(Sério? Não brinca! Qual a próxima revelação da Madame Nostradamus? Que os chineses falam, na maioria, mandarim e os americanos inglês?)

Como assim “de outra maneira”?

Aquela cena do espelho, por exemplo. Foi horrível a sensação de olhar e ver outra pessoa que não eu. Fiquei assustada.

(Eu perguntei o que seria essa outra maneira! Não perguntei sobre o espelho! Meusantoyoda, acho que estou falando em grego antigo! Pera, vou chamar o Leônidas pra traduzir!)

Essa foi a mais difícil?

Essa e a dos corredores. Ter que correr apalpando as paredes é desesperador.

(Tente entrevistar uma musa burra para você ver o que é difícil)

Mas qual essa mudança no roteiro para a idéia ocidental?

A história acontece no Novo México e nos Estados Unidos, muita coisa muda. Silêncio.

(Ai que vergonha. Essa mulher é milionária, tem um monte de gente que baba por ela e ela acha que mudar o local onde um filme acontece o torna melhor. Se eu fosse japonês ou chinês eu processava pela imbecilidade!)

Não queria tocar nesse assunto, mas Heath Leadger acabou de morrer [a entrevista aconteceu 40 minutos depois do anúncio do falecimento]. Você teve algum contato com ele? O que você achava do trabalho dele? Ser ator é tão estressante ao ponto de provocar um acidente como esse ou até mesmo um suicídio, como tantos outros?

É tão triste. A fama. Hollywood. Dinheiro. Eles deixam você ser quem você quer. É tudo muito sério. Sabe, River Phoenix, Jimi Hendrix… aquele outro famoso.

James Dean?

Quem é esse mesmo?

(Meeeedo! Aquele, primo do Mário!)

Juventude Transviada.

Isso, ele. Silêncio.

(O que aconteceria se eu dissesse Carruagens de Fogo, Mad Max ou, sei lá, Bambi? Será que ela diria ‘esse mesmo’ também?)

E eu resolvi manter o silêncio.

Obrigado e até logo.

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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6 Comments

  1. Barreto, ou essa mulher é muito burra ou ela tava de saco cheio mesmo cara, porque vai ser ruim pra responder. Com certeza se vocë fizesse a pergunta do Yoga ela ia se sair melhor. Eu to rindo pra caramba aqui com as respostas e o que voce pensou. Agora se prepara pra mais uma remessa de ofensas dos fàs xiitas da moça, porque esses caras náo admitem que os ídolos deles sejam assim, táo burros. heheheh

  2. Eu sou fã dela, mas acho que tem certa atrizes que são atrizes e que é melhor não darem tantas entrevistas…sei lá.. algo assim…
    Hehehehehehe..
    Continuo gostando dela, anyway.
    Beijos
    Lu

  3. eu sabia! eu sabia!
    que guria sonsa do caramba!
    Na próxima, entrevista a tânia oliveira, é melhor, muito melhor, fisico e intelectualmente falando!
    Copiô?

  4. O fato de de um ator ou atriz ser bom em cena, não implica eles serem cultos ou mesmo inteligentes. E muito menos simpáticos. Tem gente idolatrada por milhões de pessoas que é um nojo pessoalmente. E tem super atores que são um exemplo de simpatia.
    Ela é fútil. Fato. Não impede ninguém de gostar dos papéis que ela faz(ou de querer comê-la). Mas não adianta ficar ofendido com a entrevista só porque derrubaram sua musa do pedestal. Já derrubei tanto ator que eu amava e sobrevivi, os fãs da Alba spbreviverão também ^_^
    Eu adoro Dark Angel por causa dela(tá, e por causa do Jensen também) ^_^

  5. Os artistas, em geral, são pessoas provindas de famílas de boa posição financeira, isto é, de carreiras tais como: pai cientista (literalmente citando), mãe professora (são poucos os filhos de atores e de atrizes)….Porém, os descendentes destes pais de profissões + garantidas escolhem a carreira artística, por muitas vezes apresentarem problemas nas faculdades mentais; tanto é verdade, que já vi em uma revista semanal de fofocas o boletim de um ator global só com notas vermelhas e diz que hoje é escritor de novelas e de uma comédia semanal; outro exemplo seria o talentoso (já falecido) Ramón Váldez, o Seu Madruga no Brasil (ou Sr. Ramón no original), citado também nos livros especializados sobre o seriado Chaves; pelo que li no livro, declarava-se implicitamente que este ator apresentava certos problemas mentais, apesar de conseguir decorar os textos. Não sei se pode ser o caso de Jéssica Alba, mas segundo o que li em certos livros de romance, implícitamente mostra que os artistas geralmente apresentam estes tais problemas com a mente, mesmo filhos de pais super gênios (e que possuam muita grana para investir nestes primogênitos). Não acreditava nesse fato, porque acho já difícil decorar uma fórmula de matemática, imagine um texto, conciliando com as expressões fisionômicas. Porém, após essa entrevista sobre esta atriz, devemos ter um pouco de desconfiança e não idolatrarmos demais os artistas como se fossem invencíveis e sem problemas financeiros tal como nós, meros mortais.

  6. […] Quem estava nela? As moças bonitas que sempre atraem gente para esse tipo de filme. Foi um festival de respostas prontas e momentos constrangedores sem ter o que perguntar. Lembrou muito um momento constrangedor na Comic-Con, quando a Dark Castle anunciou um novo filme de terror e levou o elenco ao palco. Entre eles, estava Sophie Monk – atraente ao extremo – e Tad Hilgenbrinck, de Lost Boys – A Tribo. Eles não tinham nada a dizer e os fãs nada o que perguntar. Entraram, sentaram, levantaram e foram embora. Sempre me pergunto qual o objetivo disso. Vai entender? Isso sem mencionar a eterna Jessica Anta Alba. […]

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