Essa entrevista de Agente 86 (Get Smart) foi o que chamamos de “long lead”, ou seja, acontece muito antes do filme. Logo, não assisti ao filme, mas deu para se divertir, e muito, com o pessoal. Anne Hathaway é gatinha mesmo e simpática para caramba, agora o The Rock, que sempre achei ser uma fortaleza ambulante, nem é tudo isso. Aliás, depois de conhecer Lou Ferrigno, arrisco dizer que Dwayne Johnson é um pouco franzino até. HAHAHA. Última coisa antes do texto: Steve Carell é simplesmente alucinado! Fico imaginando como deve ter sido o set de filmagens com ele e o Jim Carrey juntos. Gente aloprada por natureza sempre gera coisas boas, até mesmo quando o sujeito está sentado num sofá e tem aquela preocupação em não dar uma de babaca demais na frente dos “maldosos” jornalistas.

Bom, segue a entrevista e confira a crítica do Judão aqui.

Como diria Tony Stark, os heróis podem ser construídos, entretanto, talento natural é raro e, quando encontrado, merece todas as glórias. É o caso de Steve Carell, experiente comediante norte-americano que tem sido referência do gênero nos últimos anos tanto na TV quanto no cinema. Carell tem uma importante tarefa pela frente: reprisar o papel de Maxwell Smart, seu herói preferido da TV na infância. Ao lado de Anne Hathaway, Dwayne “The Rock” Johnson, Alan Arkin e Terrance Stamp, Carell lidera Agente 86, uma das maiores promessas de boa bilheteria no gênero da comédia desse ano.

Numa das entrevistas mais descontraídas e engraçadas que nosso correspondente internacional realizou em Los Angeles, o elenco principal e o diretor Peter Segal continuam o que fizeram durante toda a filmagem: se divertem sem parar. Além das piadas, o elenco falou sobre detalhes das filmagens, referências à série original e a paixão pelos personagens.

Confira o bate-papo exclusivo para o Brasil! É! Só eu fiz essa entrevista pelo Brasil! CHUPA sujeitinho desprezível! :p

Como foi fazer o filme?
[Carrell] Foi um inferno! Ninguém aqui vai te dar uma resposta séria, pode apostar! (risos). Vou tentar ser sincero, honesto e puro (gargalhadas). Todo mundo curtiu bastante e tudo era divertido. Na verdade, foi o mais divertido que já fiz até hoje.

Sério? Por que?
[Carrell] É, verdade! Acho que foi por conta do Peter (Segal, o diretor) ter deixado claro que valia tudo e não havia algum limite entre certo e errado, contanto que fosse engraçado. Não é todo dia que alguém dá esse tipo de liberdade. Por isso, o set de filmagens parecia a platéia de um show de comédia, todo mundo ria o tempo inteiro. Foi hilário!

E como uma garota se meteu no meio de toda essa gente doida?
[Hathaway] O papel foi um dos mais rigorosos que eu já fiz, pois tive que treinar fisicamente e artes marciais. Esse processo ajudou a entender melhor a Agente 99, que é uma mulher certa de que pode cuidar de si mesma e faz isso com estilo. Ela acaba intimidando algumas pessoas, mas, do modo como ela pensa, se tem alguém com medo, o problema é desse alguém, não dela.

Mas aí você tem que tomar conta desse sujeito atrapalhado, o Agente 86!

[Hathaway] (risos) Alguém tem que fazer o trabalho duro, não é verdade? A relação dos dois flui muito bem e gera boas piadas, o que é uma obrigatoriedade no conceito do filme. O mais legal foi que meu cabelo acabou se transformando num personagem do filme, então eu ficava jogando ele de um lado para o outro sempre que podia para o pessoal dos efeitos se divertir depois. Além de tudo, foi engraçado tirar sarro daquelas heroínas que passam por uma explosão nuclear e não desmancham o penteado. 99 é uma mulher que pode salvar o mundo e, ao mesmo tempo, desfilar numa passarela. Pelo menos visualmente.

E onde você se encaixa nessa história, Dwayne?
[The Rock] 23 é um cara muito bom dentro do Controle e é um grande amigo de Maxwell. Ele idolatra o Maxwell, na verdade. E é isso que dá o tom a essa relação, então o 23 vai seguindo 86 em absolutamente qualquer situação, mesmo sem pensar nas dificuldades a frente.

Um tipo de puxa-saco?
[The Rock] Além disso! Muito além! É quase um devoto religioso! (risos).
Vocês confiariam uns os outros caso fosse escolhidos para uma missão secreta?
[Hathaway] Acho bom ninguém confiar em mim, eu entregaria os planos na hora! (risos).
[Carell] Eu considero essa entrevista como uma missão especial! (gargalhadas) Então, acho que confio neles.
[The Rock] Totalmente, colocaria minha vida nas mãos desses grandes agentes secretos. Ainda bem que tenho seguro! (gargalhadas).

E quais as melhores bugigangas que vocês usam no filme? O cone do silêncio é obrigatório, não?
[Carell] Claro que o Cone está lá! Agora, se é bom ou não, depende do público. (risos). Há uma cena num museu dedicado à espionagem. Vários aparelhos que eu adorava no seriado estão lá, mas só os vemos de relance, assim como equipamentos inventados pelo pessoal da nossa produção.

Tipo o que?
[Carell] Tem o Revólver Estéreo! (risos)

Que diabos é isso?
[Carell] É idiota! (gargalhadas). É um revolver que dispara duas armas com um mesmo gatilho. (risos). É a coisa mais esquisita, inútil e imbecil que eu já vi, mas está lá. Ninguém usaria aquela porcaria!
[Segal] Entretanto, não é tão imbecil quanto uma versão ridícula do Cone do Silêncio que recuperamos de um dos episódios. Em vez daquele tubo de plástico que descia, esse é uma espécie de aquário, que o sujeito entrava e as palavras saiam em bolhas de ar! (gargalhadas histerias do elenco). Completamente ridículo! Entretanto, alguns fãs da série viram a cena de abertura – que acontece no museu Smithsonian – notaram a existência dele lá e bateram palmas. Foi inesperado.

E tudo isso foi inventado para a série…
[Segal] É aí que a coisa fica curiosa. Nunca comentei muito isso, mas um amigo meu mandou uma carta para um sujeito do alto escalão da CIA. Surpreendentemente, ele respondeu dizendo que o Cone do Silêncio existiu de verdade! Ficava na embaixada norte-americana em Moscou, no final da década de 70. Era basicamente um cone de plástico duro que descia e tocava música para interferir com a propagação de som das conversas sigilosas. O mais impressionante foi que depois da estréia do programa, o pessoal da CIA entrou em contato com a produção para saber como eles tinham pensado naquilo, ou melhor, como diabos eles tinham descoberto!

E o sapatofone?
[Carell] Ele faz uma aparição honrosa, mas é algo totalmente obsoleto hoje. Temos celulares, então ele não tem muito uso.
[Segal] A grande sacada das homenagens está no fato de que o CONTROLE existe embaixo do Smithsonian, 17 andares para baixo, aliás. Há uma exposição permanente de itens do que um dia foi o CONTROLE, pois, oficialmente, a agência foi fechada após o fim da Guerra Fria. Mas tudo é fachada. Chega um momento em que algumas peças dessa exibição precisam ser usadas e aí itens como o sapatofone aparecem.

E qual o grande objetivo de se fazer esse filme? Homenagem à série ou apenas atualizar o personagem?
[Segal] Então, Steve [Carell], eu e várias outras pessoas da equipe cresceram com esse programa, e estou falando da primeira exibição, não das reprises, por isso adoramos o assunto. E todo mundo sabe que várias adaptações de personagens clássicos da TV viraram fiascos no cinema recentemente, exatamente por isso eu recusei o trabalho em várias ocasiões, mas sabia que poderia dizer sim caso o elenco certo fosse escolhido. São dez anos falando sobre esse filme, aliás. A primeira vez que fez algum sentido foi ouvir que Steve seria Maxwell Smart, o que aconteceu um pouco antes da estréia de O Virgem de 40 Anos. Toda essa preocupação mostra que objetivo do filme é fazer a coisa certa e, claro, sempre tivemos em mente que nunca seríamos melhores que Don Adams ou a série original. Respondendo à pergunta, um pouco dos dois. Agente 86 merece atualização e homenagens.

Qual é a melhor parte em interpretar o personagem, Steve?
[Carell] Nunca vi Maxwell Smart como um idiota. Ele é um espião muito bom. Pode se atrapalhar ou não saber muito bem o que fazer em algumas situações, mas o instinto dele funciona. Não entendo isso como idiotice. Poxa, o cara sabe usar armas de fogo, sabe lutar e, do jeito dele, é esperto. Então, o importante para mim não foi tentar criar um “personagem idiota”, apenas dar um tom meio tapado para um sujeito que consegue se virar sozinho. Na maioria das vezes (risos). Nunca houve a idéia de fazer uma sátira a filmes de espião, pois isso já foi feito; portanto quisemos fazer um filme de espião de verdade, com um tom de comédia e muita ação. A grande sacada aqui é que as situações são verossímeis, as pessoas estão em perigo, os vilões causam medo.

Gostaram das cenas de ação?
[Hathaway] Tivemos uma cena de luta bem legal, porém, fiquei com medo, pois meu sapato escapou e acertei a testa do Dwayne. Por pouco não foi no olho e fiquei muito preocupada.
[The Rock] Isso acontece, mas foi sem querer.
[Segal] Só sei que me lembro de Dwayne olhar para mim com cara de “não vamos filmar de novo!” (risos).

Qual seu chavão favorito de Maxwell Smart?
[Carell] Não dá para escolher um. Eu adorava tudo que ele fazia, seria injusto selecionar. E isso me assusta nesse filme, pois as frases são tão icônicas e é arriscado reproduzi-las sem parecer cafona ou limitado.
[Hathaway] E você fez um trabalho ótimo…
[Carell] Fiz! Arrebentei! (gargalhadas histéricas do elenco). Fizemos de tudo para que as citações fluíssem de acordo com as cenas, pois não podia parecer forçado.

(aqui entra a contribuição da correspondente da Espanha que estava ao meu lado)
Steve, há algum personagem que queria muito interpretar?
[Carell] O estrangulador de Boston.

Sério?
[Carell] Claro que não, mas você caiu direitinho! (gargalhadas histéricas)

TOOOOOOOOOOMA, filha! heheheh

Fábio M. Barreto

Fábio M. Barreto novelista de ficção, roteirista e diretor de cinema e TV. Atuou como criador de conteúdo multimídia, mentor literário e é escritor premiado e com vários bestsellers na Amazon. Criador do podcast "Gente Que Escreve" e da plataforma EscrevaSuaHistoria.net.
Atualmente, vive em Brasília com a família.

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20 Comments

  1. Eu faria çéquisso com Anne Hathaway.

  2. Esse cara é duente.

  3. Esse primeiro aí é duente..
    Quanto ao filme,nossa,ótimo!

    >> http://www.topzet.com

  4. Otéma entrevista!!

    Steve Carell PWNS!
    Ele foi no Daily Show quarta e foi mto engraçado, só q ontem o “simpático” Mike Myers foi melhor.

    Whatever, quero mto ver esse filme, tah na minha lista de comédias à ver, que já tem tbm Kung-Fu Panda e Tropic Thunder.

  5. Eu faria çéquisso com Steve Carrel.

    ou não.

  6. Eu vejo as reprises de Agente 86 no TCM e fico rindo igual idiota. Acho esse tipo de humor da série sensacional. A série me foi apresentada pelo meu pai. Eu gosto d+ de Chaves e meu pai falava assiste Agente 86 que você vai gostar. Não deu outra, gostei, sempre que dá eu assisto. Assim que der vou assistir ao filme. E só pra constar, Anne Hathaway é bonita d+ e nessas fotos tá ainda +.

  7. OIBÁ!

    eu sei quem é o sujeitinho desprezivel! huhuhuhau

  8. Haha, tô rindo igual a um idiota com a resposta dada ao correspondente da Espanha…
    Muito boa entrevista, Carrel é muito maluco…

  9. Hoje em dia não vejo um comediante melhor que o Carell. Ele já provou isso em seus filmes.

  10. FABIO, parabéns, mais uma vez, pela excelente e exclusivíssima entrevista com o elenco de AGENTE 86!
    “CHUPA sujeitinho desprezível! :p” 2
    HEHEHE
    A série é muito divertida e há muito tempo que sou fã do trabalho de CARREL.
    Confesso que fiquei mais ainda depois de vê-lo na versão norte americana de THE OFFICE.
    CARREL tem lugar garantido entre os meus comediantes favoritos, assim como o RICK GERVAIS e o JOHN CLEESE.
    Assistirei ao filme amanhã mesmo!
    Saudações,

  11. Assisti ao filme hoje. Sensacional cara. Já vi alguns episódios da série, que atualmente passam a noite no Nickelodeon. Mas nada a ponte de me fazer conhecer profundamente, mas com certeza, algumas piadas estavam lá.

    Steve Carell é foda. O cara trabalha bem com movimentos corporais, faciais e nas piadas então, nem se fala. Valeu o ingresso.

    A Anne então.. meu Deus! Acho que se ela estivesse assim em O Diabo Veste Prada, ela teria tomado o lugar da Miranda hahahah.

    abraço!

  12. Eu não perdia Agente 86 e essa foi provavelmente a única série besteirol que eu gostei de verdade. Só pelo trailer já percebi que vale a pena assistir ao filme ^_^

    Quanto à entrevista : mais uma vez, parabéns Fábio, você é um profissional sério e competente e nada nem ninguém conseguirá provar o contrário porque mentiras são derrubadas com seriedade e competência e só não vê isso, quem realmente não quer.

    Beijo e sucesso!!!

  13. Puta merda,que entrevista foda.Sem burocracia,zoação o tempo inteiro…odeio ler entrevistas,mas adorei essa.Parabéns =D

  14. Parabéns pela qualidade dos seus textos e pelas fantásticas entrevistas!!! 😀

    E tomara que algum dia vc escreva sobre os bastidores do jornalismo tupiniquim aí nas gringas, pois esse “CHUPA” deixou meio-mundo curioso… ;D

  15. Valeu, povo!

    Sempre gosto de usar a famosa frase de saco de padaria: Servimos Bem para Servir Sempre! :p

    Bom saber que minhas entrevistas são tão bem recebidas por todos vocês. Como eu não leio concorrência por questão de princípios, acabo nem vendo muito o que os outros aprontam por aí. Mantém meu estilo 100% puro e sem influências. :p

    abraçao!

  16. Mandou muito bem novamente. Barreto Presidente!

  17. Mandou muito bem, Barretão. A entrevista ficou ótima! Parabéns!

    P.S.: Cara a cara com a Anne Hathaway? You lucky bastard.

  18. Ae, viu Barretão, eu não sou o único que te chama de lucky bastard!

  19. Quem diabos é o maldito sujeitinho desprezível?!

  20. […] as filmagens. Se você tem dúvidas quanto a isso, pode conferir a entrevista com os atores aqui no SOS Hollywood. E essa diversão é transmitida a quem estiver assistindo. Pode parecer clichê, […]

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